quarta-feira, 20 de junho de 2012

Riqueza histórica da África


     Calcula-se que, desde o século XVI até 1850, quando foi proibido o tráfico negreiro, cerca de quatro milhões de africanos vieram para o Brasil. Eram pessoas de diferentes lugares, com diferentes culturas e crenças. Trouxeram consigo então, uma cultura rica, complexa e diversificada. Conhecer a fabulosa história da África é uma viagem pelo surgimento da humanidade e seus avanços.  Afinal, foi no continente africano que surgiram os humanos mais antigos de que temos notícias. As populações do Egito, por exemplo, surgiram há aproximadamente cinco mil anos. 
     Antigamente, a África ainda não estava dividida em países como hoje, por isso, o continente era como uma grande aldeia, dividida pelos próprios nativos. Cada império, aldeia e grupo nômade tinha sua cultura e sua forma de ver o mundo. Quando os europeus chegaram lá, encontraram cidades isoladas, mas também grandes impérios estruturados e poderosos. Essa chegada teve muitas consequências, entre elas esteve o pacto que os reinos tiveram que fazer com o “inimigo” por questões de sobrevivência. Os que não se ajustaram a essa estratégia, foram vencidos e submetidos aos europeus.
     Ao contrário do que muitos pensam, o continente africano teve uma riqueza muito grande. A produção de ferro era realizada em diversas partes da África, e somente centenas de anos depois a Europa passou a utilizar esse sistema de aquecimento de metal. Por isso, era comum encontrar povos que dominavam a produção de um bom ferro, e a fabricação de ferramentas como facas, enxadas e machados. 
     Os europeus trouxeram os africanos para o Brasil na intenção de que os escravos trabalhassem e servissem nas grandes plantações e nas cidades, mas eles e seus descendentes fizeram muito mais que plantar, explorar e produzir. Nos engenhos, aperfeiçoaram técnicas e tornaram-se mestres de açúcar famosos. Na mineração, muitos instrumentos usados pelos ferreiros, foram obra dos africanos. As mulheres livres se instalavam nas ruas vendendo os famosos acarajés, abarás, vatapás: tudo com bastante dendê.  Os africanos também incorporaram à língua portuguesa, palavras e resquícios das línguas bacongos e mbundos, vindas da atual Angola.  “Enfim, podemos afirmar que o tráfico fora feito para escravizar africanos, mas terminou também africanizando o Brasil.”.  

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