quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Steve Biko


"A arma mais poderosa nas mãos do opressor é a mente dos oprimidos."
Stephen Bantu Biko (1946-1977)




  Na década de 60, a África do Sul estava em pleno Apartheid, o vergonhoso regime de segregação racial comandado pelo governo, então nas mãos de uma minoria branca. O estudante se chamava Stephen Bantu Biko, vulgo Steve.
  Na faculdade começou a atuar na União Nacional dos Estudantes Sul-africanos. Só que o grupo também era dominado por minoria branca, e os direitos dos estudantes negros não eram tão defendidos na prática.
  Chegam 1972, e Biko torna-se co-fundador da Black People’s Convention (a BPC – “Convenção dos Negros”, em tradução livre), entidade que trabalhava em projetos de desenvolvimento social nos arredores de Durban e acabou por reunir 70 diferentes grupos de consciência negra. Foi eleito o primeiro presidente da organização.
 Mas o governo segregador já o via com maus olhos. Tão logo foi eleito líder da BPC, foi expulso da universidade. Começou a trabalhar em tempo integral em sua missão social.
Biko chamava mais atenção por sua batalha diária. Suas palavras soavam cada vez mais alto, incitando a população negra a lutar por seus direitos, cada vez menos respeitada pelas autoridades segregacionistas. O governo apertava seu controle “antiterrorismo”, e o “inconveniente” Biko chegou a ser preso quatro vezes entre 1975 e 1977.
  De tanto apanhar, especialmente com golpes na cabeça, o revolucionário ex-estudante de medicina começou a demonstrar um comportamento apático, “não-cooperativo”, segundo os dirigentes do cárcere.
  Jogado nu e sem qualquer proteção na traseira de um Land Rover, Biko foi levado numa viagem de 1,2 mil quilômetros rumo a Pretória, aos solavancos. No dia seguinte, chegava ao Presídio Central da cidade, jogado no chão de uma cela fria do jeito que estava despido e quase inconsciente.
“O homem está morto”
  A comunidade negra sul-africana entrou em polvorosa. O funeral do ativista atraiu às ruas centenas de milhares de sul-africanos, num protesto que entrou para a vergonhosa história mundial da segregação racial.
  A morte de Biko agitou o planeta, e logo ele foi alçado a mártir, inspirando outros a lutar pela igualdade dos direitos entre negros e brancos.


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