"A arma mais poderosa
nas mãos do opressor é a mente dos oprimidos."
Na década de 60, a África do Sul estava em pleno Apartheid, o
vergonhoso regime de segregação racial comandado pelo governo, então nas mãos
de uma minoria branca. O estudante se chamava Stephen Bantu Biko, vulgo Steve.
Na faculdade começou a atuar na União Nacional dos Estudantes
Sul-africanos. Só que o grupo também era dominado por minoria branca, e os
direitos dos estudantes negros não eram tão defendidos na prática.
Chegam 1972, e Biko torna-se co-fundador da Black People’s
Convention (a BPC – “Convenção dos Negros”, em tradução livre), entidade que
trabalhava em projetos de desenvolvimento social nos arredores de Durban e
acabou por reunir 70 diferentes grupos de consciência negra. Foi eleito o
primeiro presidente da organização.
Mas o governo segregador já o via com maus olhos. Tão logo foi
eleito líder da BPC, foi expulso da universidade. Começou a trabalhar em tempo
integral em sua missão social.
Biko chamava mais atenção por sua batalha diária. Suas palavras
soavam cada vez mais alto, incitando a população negra a lutar por seus
direitos, cada vez menos respeitada pelas autoridades segregacionistas. O
governo apertava seu controle “antiterrorismo”, e o “inconveniente” Biko chegou
a ser preso quatro vezes entre 1975 e 1977.
De tanto apanhar, especialmente com golpes na cabeça, o
revolucionário ex-estudante de medicina começou a demonstrar um comportamento
apático, “não-cooperativo”, segundo os dirigentes do cárcere.
Jogado nu e sem qualquer proteção na traseira de um Land Rover,
Biko foi levado numa viagem de 1,2 mil quilômetros rumo a Pretória,
aos solavancos. No dia seguinte, chegava ao Presídio Central da cidade, jogado
no chão de uma cela fria do jeito que estava despido e quase inconsciente.
“O homem está morto”
A comunidade negra sul-africana entrou em polvorosa. O funeral do
ativista atraiu às ruas centenas de milhares de sul-africanos, num protesto que
entrou para a vergonhosa história mundial da segregação
racial.
A morte de Biko agitou o planeta, e logo ele foi alçado a mártir,
inspirando outros a lutar pela igualdade dos direitos entre negros e brancos.
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