O apartheid foi um dos regimes de discriminação racial
mais cruéis de que se tem notícia no mundo. Ele vigorou na África do Sul, em
que na Constituição africana consistia o claro
poder que os brancos exerciam sobre os negros, mesmo que esses fossem a
maioria da população.
O apartheid, que quer dizer separação na
língua africana dos imigrantes europeus, atingia a habitação, o emprego, a
educação e os serviços públicos, pois os negros não podiam ser proprietários de
terras, não tinham direito de participação na política e eram obrigados a viver
em zonas residenciais separadas das dos brancos. Os casamentos e relações
sexuais entre pessoas de raças diferentes eram ilegais. Os negros geralmente
trabalhavam nas minas, comandados por capatazes brancos e viviam em guetos
miseráveis e superpovoados.
Para lutar
contra essas injustiças, os negros acionaram o Congresso Nacional Africano -
CNA, uma organização negra clandestina, que tinha como líder Nelson Mandela. Após o massacre de
Sharpeville, o CNA optou pela luta armada contra o governo branco, o que fez
com que Nelson Mandela fosse preso em 1962 e condenado à prisão perpétua. A
partir daí, o apartheid tornou-se ainda mais forte e violento, chegando ao
ponto de definir territórios tribais chamados bantustões, onde os negros eram
distribuídos em grupos étnicos e ficavam confinados nessas regiões.
A partir de
1975, com o fim do império português na África, lentamente começaram os avanços
para acabar com o apartheid. A comunidade internacional e a Organização das
Nações Unidas - ONU faziam pressão pelo fim da segregação racial. Em 1991, o
então presidente Frederick de Klerk não teve outra saída: condenou oficialmente
o apartheid e libertou líderes políticos, entre eles Nelson Mandela.
A partir daí,
outras conquistas foram obtidas: o Congresso Nacional Africano foi legalizado,
De Klerk e Mandela receberam o Prêmio Nobel da Paz (1993), uma nova
Constituição não-racial passou a vigorar, os negros adquiriram direito ao voto
e em 1994 foram realizadas as primeiras eleições multirraciais na África do Sul
e Nelson Mandela se tornou presidente da África do Sul, com o desafio de
transformar o país numa nação mais humana e com melhores condições de vida para
a maioria da população.
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