segunda-feira, 21 de maio de 2012

Adquirindo conhecimento com um mestre!

    Adquirir conhecimento, e matar curiosidade, é sempre bom, não é? Viemos aqui para passar para os nossos queridos leitores Afro-brasileiros, um pouco mais sobre os ritmos que herdamos da África! Convidamos o Professor de Ciências Humanas- História, da Universidade Federal da Bahia, Adriano Lima, mestre no assunto África, para uma entrevista sobre esses ritmos tão presentes na nossa cultura!


SAMBA: 



- Sabemos que o samba é, sem dúvida, a principal influência da música africana na cultura brasileira. Qual é a origem do samba?



R- O samba veio da África, mais precisamente da Angola. Chegou aqui com os escravos africanos em meados do século XIX. Como manifestações africanas eram proibidas, o samba foi censurado. Resquícios do samba foram encontrados e sofreram um processo de evolução ao longo dos anos, até chegar aos sambas atuais.


- Quais são os principais estilos do samba?



R- Existem muitos tipos de samba, podemos destacar o samba-enredo, que na década de 30, fincou-se nas escolas de samba. Logo após, surgiu o samba-canção, um ritmo mais melódico, representado por Ary Barroso e Noel Rosa. Na década de 50 apareceu o samba de gafieira, que foi influenciado pelos ritmos latinos e incorporou um ritmo dançante à música. 



- Bossa nova é um tipo de samba?



R- Não, a bossa nova na verdade foi influenciada pelo samba. Os artistas daquela época queriam inovar, eles queriam um novo gênero musical, diferente de tudo. Por isso, criaram um ritmo sofisticado e elegante, que, acabou influenciando a cultura no Brasil.



- Que instrumentos são utilizados para tocar o samba?



R- Desde quando o samba surgiu, é tocado com instrumentos de percussão (tambores, surdos, timbau) e acompanhado por violão e cavaquinho.



CARNAVAL: 



- Há muitos tipos de carnaval, eles estão espalhados pelo Brasil inteiro, cada um com sua forma de se expressar. Poderia dizer alguns exemplos de carnaval?



R- Dizem que o Brasil é um caldeirão de culturas, e é mesmo, no Brasil há vários tipos de carnaval, como as escolas de samba, apresentadas no Rio de Janeiro; o famoso frevo, que acontece em Olinda (Recife); e há também, os blocos e trios elétricos de Salvador, na Bahia.



- Por que algumas pessoas acabam preferindo as marchinhas antigas às festas atuais, como o trio elétrico e blocos?



R- Não tem nem como comparar o antigo carnaval com o atual, não é à toa que os foliões tradicionais prefiram as famosas marchinhas nas ruas. Antigamente, o melhor do carnaval era brincar, deixar-se levar pelas cores, vestir fantasias e provocar risos em crianças. Hoje em dia, jovens não podem mais ir para as festas e nem sair de porta em porta mascarados, por causa da violência, que aumentou drasticamente.- Sabemos que o carnaval surgiu na Grécia. Como ele chegou ao Brasil?R- Os gregos criaram o carnaval em meados dos anos 600 a.C. Ao longo dos anos, a Igreja Católica adotou a prática dos gregos, e, por isso, o carnaval deixou de ser considerado um ato de pecado. A Europa adotou essa manifestação influenciada pela Igreja Católica, e o Brasil, influenciado pela Europa.



AFOXÉ:



- Como ocorre a manifestação do Afoxé?



R- Os integrantes dos grupos de afoxé se reúnem nos terreiros de candomblé e, após os rituais religiosos onde são evocados os orixás, saem pelas ruas cantando músicas em línguas africanas.Vários instrumentos musicais de origem africana são usados para marcar o ritmo. Entre eles, podemos destacar os agogôs e atabaques.- Qual o principal grupo do afoxé na Bahia?R- O grupo mais popular é o “Filhos de Gandhi”. Os integrantes deste grupo costumam vestir roupas nas cores azul e branca e usar um turbante na cabeça.- Qual a ligação que o afoxé tem com a religião africana (o candomblé)?R- O afoxé é extremamente vinculado ao candomblé, a própria festa consiste em homenagear um orixá, por isso muitas pessoas o chamam de “Candomblé de Rua”. 



HIP-HOP: 


- O movimento hip-hop pode ser dividido em quatro manifestações. Quais são elas?



R- Há o MCing, que produz rimas e músicas improvisadas (os raps); há os DJs, que instrumentalizam as músicas de festas; há os dançarinos do breakdance, e há os grafiteiros, que grafitam os muros das cidades.

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